ENTREVISTA ROBERTO TIBAU

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Roberto Goulart Tibau, 2002. Foto: Ricardo CarranzaRoberto Goulart Tibau, 2002. Foto: Ricardo Carranza 

EDITE GALOTE CARRANZA

RICARDO CARRANZA

Introdução:

Nascido em Niterói, Roberto José Goulart Tibau (1924-2003) ingressou na ENBA em 1945, no momento que a escola passava pela transição para se tornar Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil.

Durante o curso, Tibau trabalhou nos escritórios de Francisco de Paula Lemos Bolonha, Álvaro Vital Brasil, Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer, onde foi colega de Eduardo Corona. Depois da graduação, em 1949, Tibau resolve se mudar para São Paulo em busca de novas oportunidades e trabalho. Em São Paulo, Tibau soube através de Eduardo Corona, que o Convênio estava ampliando o quadro técnico. Assim, foi entrevistado pelo arquiteto Hélio Duarte e passa a integrar a equipe em 1950 (CARRANZA, 2001).

No período que trabalhou no Convênio Escolar (1950-1955), Tibau projetou oito escolas e o Teatro Popular Arthur Azevedo, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Compresp), em 1992. Em 1952, Tibau iniciou sua carreira acadêmica ingressando no Instituto de Arte Contemporânea de São Paulo (IAC).

Ainda durante os anos de Convênio Escolar, Tibau e Corona iniciam uma profícua parceria com o projeto do Planetário (CARRANZA; CARRANZA, 2017). Eles também montaram um escritório, que resultou em projetos premiados, como Casa do Pacaembu (Eugênio Santos Neves), 1951, com Luis Fernando Corona, que foi ganhadora do Primeiro Prêmio do Governo do Estado, e a Casa de Pinheiros (Rodolfo Mesquita Sampaio), também 1951, premiada no 1º. Salão Paulista de Arte Moderna, ambas representativas da arquitetura moderna da Escola Carioca.Tibau também elaborou o projeto da Escola Municipal de Astrofísica, um dos grandes exemplares da arquitetura moderna paulista (CARRANZA, E., 2017). 

Em 1957, atendendo ao convite do amigo Hélio Duarte, foi contratado pela FAUUSP, onde lecionou por trinta anos. Tibau, que sempre conciliou as atividades profissionais e acadêmicas, voltou a lecionar em 1997, na Universidade São Judas Tadeu, atendendo ao convite do então coordenador Luiz Augusto Contier.

Tibau nos concedeu esta entrevista em seu escritório, em 2002, quando elaborávamos o artigo “Documento: Roberto José Goulart Tibau”(CARRANZA; CARRANZA,2002), que foi o primeiro trabalho dedicado a obra do arquiteto. Em setembro de 2002, quando o artigo foi publicado, recebemos um telefonema de Tibau que estava muito emocionado e satisfeito com a publicação. Ele faleceria meses depois daquele telefonema.

Entrevista:

E.G.C; R.C. - Como foi sua escolha pelo curso de arquitetura?

TIBAU -Através de um colega bem informado do Colégio Audrerves fiquei sabendo que os edifícios para serem construídos precisavam antes ser idealizados e desenhados, e que essa era a tarefa do arquiteto. Fui então à escola, ( porque sempre gostei de desenhar, desde pequeno, e nunca perdi esse gosto ) conforme ele me indicou e lá me inteirei do programa para o vestibular, que incluía desenho artístico, modelagem, e a terrível química era substituída por uma disciplina que estudava a composição e fabricação de vários materiais construtivos. Apaixonei-me pela escola à primeira vista, fiz um cursinho, e passei no vestibular em 23º lugar (em uma turma de 90 alunos) e cada vez me encantei mais com as aulas e trabalhos e, enfim, com a arquitetura propriamente dita.

E.G.C; R.C. - Como era o ambiente na ENBA?

TIBAU - O ambiente na Escola era ótimo. A convivência com os colegas da ENBA, da pintura, escultura, etc. era muito agradável, a freqüência ao Café Amarelinho, que ficava quase em frente ao Ministério da Educação, etc. Estava sendo pleiteado a tempos a criação da Faculdade Nacional de’ Arquitetura, o que se concretizou quando eu ainda cursava o 1º ano.

Essa origem comum com a ENBA eu sempre achei muito adequada. Foi o berço da arquitetura onde já se instalou um corpo docente de 1ª e um curriculum de 5 anos, muito parecido com o da Fau Maranhão no seu início. Tenho para mim que deve ter sido tomado como modelo e devidamente melhorado, criando-se algumas novas disciplinas e eliminando-se outras. Inicialmente, até que eu terminasse o curso, as instalações e o corpo docente, bem como a direção, continuaram os mesmos. Depois a Escola foi para a Praia Vermelha, enquanto não terminavam as obras na Cidade Universitária. Os alunos editavam um jornalzinho, o Anteprojeto, feito em papel econômico, mas simpático, com boa paginação, com fotos, desenhos e artigos que refletiam uma ideologia socialista (Marx, Engels, etc.) fervorosa, e um entusiasmo pela arquitetura moderna brasileira, então marcante. As letras e os desenhos eram impressos com tinta vermelha sobre um fundo cor de areia. Gostaria de falar mais sobre meus colegas e amigos, sobre os professores (alguns arquitetos, outros vindo da Politécnica) dos quais eu me lembro muito bem, mas vejo que na há extensão para isso.

E.G.C; R.C. - Como foi sua vinda para São Paulo?

TIBAU -Recém-formado, encontrei-me com um colega que estava sendo convidado para trabalhar numa construtora em São Paulo, mas me ofereceu a oportunidade de substituí-lo com uma carta de apresentação, pis ele estava “cavando” um cargo num órgão público do Rio que desenvolvia projetos para o Nordeste. Topei de cara e minha mãe se conformou, já que a família dela era daqui (São Paulo- a nota é minha) e consegui com umas primas que eu ficaria hospedado na casa que elas tinham na Cardoso de Almeida. Eu já havia trabalhado em bons escritórios de arquitetura (Oscar, Aldany Toledo, Francisco Bolonha, Vital Brasil, entre outros), como desenhista, mas não sabia o que fazer depois de formado.

Mas eu nunca achei essa firma, porém conversando com Tio Fábio Goulart que era engenheiro e amigo do arquiteto Marcial Fleury de Oliveira que estava procurando um arquiteto jovem para ajudar na obra do Conjunto Habitacional do Instituto dos Bancários, na Rua Santa Cruz (Vila Mariana). Assumi a incumbência e durante mais de um ano adquiri uma razoável experiência de construção que muito me interessava.

E.G.C; R.C. - Como se deu sua contratação para a equipe do Convênio? Como foi o trabalho no convênio e quais projetos gostaria de destacar desse período?

TIBAU -Aí eu soube do Convênio pelo Corona que havia sido meu contemporâneo na ENBA e esse mesmo tio que amigo e colega do Engenheiro Amadei, então presidente do órgão que realmente estava selecionando arquitetos.

Lá fui apresentado ao Hélio Duarte que me entrevistou com sua característica amabilidade, viu alguns trabalhos que eu levei (alguma coisa sobre o Edifício Sede da Bandeirantes do Brasil, em equipe com outros colegas, e sobre o anteprojeto com o que eu audaciosamente apresentaria no concurso para construção da Assembléia Nacional, e no qual eu fiz tudo, projeto, desenhos, perspectiva, etc. O Hélio parece que ficou bem impressionado e me convidou para fazer estágio experimental. Encarregou-se então, nada mais, nada menos, de desenvolver o projeto do Grupo Escolar Rural do Butantã, para o qual ele já havia feito alguns desenhos e definido um partido. Aí fui contratado como Pessoal para Obras, fui ficando e me tornei grande admirador do Hélio e seu amigo pelo resto da vida.

Trabalhos que destaco; Planetário, Teatro Popular, ..............., e várias escolas, entre elas o Núcleo Educacional para Crianças Surdas, e o Conjunto Educacional de São Miguel, além de vários grupos escolares publicados na época: Cidade Isidoro, Escola de Aplicação ao Ar Livre na Rua Faustolo, e muitas outras.

Destaco também uma proposta de Planejamento de uma rede escolar que eu fiz a partir das premissas educacionais de Anísio Teixeira, para as quais Hélio havia elaborado o Plano de Escolas Parque e escolas Classe. Dou importância a esse trabalho até hoje, embora ele não tenha sido executado e tenha feito apenas parte de um concurso interno de idéias. Ele diz respeito a problemas que continuam cada vez mais atuais e urgentes para a educação.

E.G.C; R.C. - Como foi seu engajamento no ensino de arquitetura? Como era a FAU na década de 1950? E nas décadas posteriores? Como era seu relacionamento com Artigas, Flávio Motta, Paulo Mendes da Rocha, etc. E com os alunos? E com a política?

TIBAU -A convite dele..............? engajei-me no ensino como professor assistente, na época responsável pela disciplina Plástica III, que era vinculada a grandes composições, da qual ele era o titular. E assim foi.

A FAU tinha então enorme vitalidade no plano cultural, arquitetônico e ideológico. Para mim foi um deslumbramento e me senti em família desde o início.

Com respeito ao meu relacionamento com Artigas, fiz com ele uma boa amizade, embora discreta, mas cheia de uma grande admiração por esse arquiteto maravilhoso.

Conheci o Flávio Motta desde o tempo do Museu de Arte onde em certa época eu lecionava uma disciplina de desenho de arquitetura. Sempre tive boa amizade e muita admiração por essa pessoa fantástica, um grande intelectual e um grande artista.

Com Paulo Mendes da Rocha tive boas relações amistosas e também grande admiração pois esse colega tem de minha parte um destaque muito grande no panorama da nossa arquitetura moderna, contemporânea.

Com os alunos sempre me dei muito bem, apesar de alguns momentos muito difíceis com relação à política. Minha maior preocupação era para tentar fazer com que os alunos continuassem a projetar já que essa é a nossa principal linguagem.

E.G.C; R.C. - Qual a sua opinião sobre a arquitetura moderna paulistana?

TIBAU -A partir do início da década de cinquenta, o interesse dos jovens pela arquitetura aumentou intensamente em função da maior divulgação dos trabalhos dos arquitetos modernos e da arquitetura que passava por uma grande renovação. Tudo isso era mais atraente pelo aspecto social e ideológico. Além disso, os quadros docentes já contavam com arquitetos que puderam aperfeiçoar, adequar melhor os programas de ensino. A reforma que criou as sequências de projetos (..........., desenho industrial, comunicação visual e planejamento) teve grande importância nesse processo de renovação. A criação dos Departamentos de projeto, História e Tecnologia, bem como da carreira universitária que resultou nos cursos de pós-graduação em mestrado e doutorado, idem. Além disso, a FAU se esmerou em criar uma riquíssima biblioteca, o que não pode ser esquecido.

Tudo isso e mais outros fatores, como a distribuição das disciplinas em obrigatórias e optativas, dando mais flexibilidade ao curriculum, contribuiu para criar um ambiente cultural intenso e um grande aperfeiçoamento na formação de novos arquitetos e de tudo isso resultou um grande avanço na arquitetura, apesar das dificuldades da situação política. E esse progresso se estendeu a outros estados e núcleos como Paraná, Rio Grande do Sul, Minas, etc. e também a outras escolas, inclusive a própria arquitetura Mackenzie que a princípio era nossa vizinha e com a qual sempre houve um riquíssimo intercâmbio.

Hoje, mais do que nunca, a grandeza dessa arquitetura é uma grande promessa para o futuro. A qualidade excelente de nossos jovens arquitetos alerta isso.

E.G.C; R.C. - Você recebeu uma Menção Honrosa por participação no Prêmio Brasilit de Arquitetura. Fale um pouco sobre o projeto.

TIBAU - Esse concurso da Brasilit veio em uma época em que há muito tempo não havia concurso. Participei dele com todo o entusiasmo inclusive fazendo todos os desenhos a mão livre, pessoalmente, com minhas canetas Oxford. Fiz um pequeno conjunto habitacional com residências unifamiliares, programa que a meu ver apresentava grande carência devido à má orientação dos órgãos públicos que sempre desdenharam da colaboração dos arquitetos.

O concurso era em duas etapas. Na primeira selecionaram-se alguns projetos que depois iam ser desenvolvidos para chegar-se a um resultado final.

No dizer de um dos membros da Comissão Julgadora, nosso projeto, que se destacara desde o início, acabou ficando apenas com Menção honrosa porque outros requeriam mais desenvolvimento enquanto o nosso já estava suficientemente desenvolvido. Com prazer tentarei destacar um desenho que represente o trabalho para publicá-lo nessa oportunidade.

E.G.C; R.C. - O que você pensa a respeito das correntes de arquitetura que vieram depois da arquitetura moderna, isto é, pós-modernismo, desconstrutivismo, minimalismo?

TIBAU -Nada pode ficar estacionado. Tudo tem que evoluir e essa evolução se dá através de rupturas e saltos que por vezes até, no nosso caso, representam retrocessos e desinformações. Porém, sem dúvida, esses movimentos eram necessários e resultam num notável rejuvenescimento da arquitetura, e a arquitetura tem que se manter sempre jovem.

E.G.C; R.C. – Que recado você daria aos mais jovens?

TIBAU - Aos mais jovens eu daria o seguinte recado: para mim é muito agradável ver como vocês trabalham e esse sabor de juventude que possuem seus projetos e a maneira pela qual vocês os fazem e concebem. Procurem não perder essas características.

 

REFERÊNCIAS

CARRANZA, Ricardo; CARRANZA, Edite Galote. Documento Roberto José Goulart Tibau. AU. Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, v. 103, p. 89-95, 2002.

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. Trajetórias: Arquiteto Roberto José Goulart Tibau. 5% Arquitetura+Arte, disponível em: http://www.arquitetonica.com/historico_revista5/TArquitetoRobertoJoseGoulartTibau.htm

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. Trajetórias: Eduardo Corona. 5% Arquitetura+Arte, disponível em: http://www.arquitetonica.com/historico_revista5/TArquitetoEduardoCorona.htm

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. História em Detalhe: O renascimento da Escola Municipal de Astrofísica. Revista AU Arquitetura e Urbanismo, v. 267, p. 58-59, 2016.

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. História em Detalhe: as camadas da cúpula do Planetário de São Paulo. Revista AU Arquitetura e Urbanismo, v. 265, p. abr. 2016.

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. As cúpulas do Planetário. 5% Arquitetura +Arte, v. 71, p. 71-71, 2016, v. 14, p. 70-70, mai. 2016, disponível em: http://www.arquitetonica.com/revista5/contracultura/as-cupulas-do-planetario-3, acesso 3m 28/04/2017.

CARRANZA, Edite Galote; CARRANZA, Ricardo. O renascimento da Escola Municipal de Astrofísica. 5% Arquitetura+Arte v. 14, p. 71-71, jul. 2016, disponível em: http://www.arquitetonica.com/revista5/contracultura/o-renascimento-da-escola-municipal-de-astrofisica, acesso em 29/04/2017.

CARRANZA, Edite Galote. Planetário e Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo. In: ANTICOLI, A.M.; CRITELLI, F.; CHIARELLI, S.R.; OSSANI, T. (Org.). Arquiteturas do Patrimônio Moderno Paulista: reconhecimento, gestão, intervenção. 1ed.São Paulo: Editora Altermarket, 2017, v. 1, p. 991-1007.

CARRANZA, Edite Galote. Planetário e Escola Municipal de Astrofísica Aristóteles Orsini: Memorial. In: Ruth Verde Zein. (Org.). Caleidoscópio concreto. 1ed.São Paulo: Romano Guerra, 2017, v.1, p. 201-222.

    Edite Galote Carranza
    é mestre pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie em 2004; doutora pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP em 2013 com a tese “Arquitetura Alternativa: 1956-1979”; foi diretora do escritório de arquitetura e editora G&C Arquitectônica Ltda, editora-chefe da revista eletrônica 5% arquitetura + arte ISSN 1808-1142. Publicações em revistas especializadas, livros Escalas de Representação em Arquitetura, Detalhes Construtivos de Arquitetura e O quartinho invisível: escovando a história da arquitetura paulista a contrapelo. foi Professora da graduação e pós-graduação em arquitetura e urbanismo.
      Ricardo Carranza
      Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2000, foi diretor do escritório de arquitetura e editora G&C Arquitectônica Ltda, editor da revista 5% Arquitetura + Arte e escritor. Publicações: Antologias de Concursos Nacionais – SCORTECCI, SESC DF; revista de literatura – CULT; sites de Poesia e Literatura – Zunái, Stéphanos, Germina, Cult - Ofi-cina Literária, Mallarmargens, Cronópios, O arquivo de Renato Suttana, Triplov, Gueto, Ruído Manifesto, Pensador, Pixé, Acrobata. LIVROS: Poesia – publicados: Sexteto, Edição do Autor, SP, 2010; A Flor Empírica, Edição do autor, SP, 2011; Dramas, Editora G&C, SP, 2012, Centelha de Inverno, Editora G&C, SP, 2019, Sóis, Editora G&C, SP, 2021. Inéditos – Pastiche, 2017/2018; poesia... 2019. Contos – inéditos: A comédia dos erros, 2011/2018 – pré-selecionado no Prêmio Sesc de Literatura 2018; Anacronismos, 2015/2018; 7 Peças Cáusticas, 2018. Romance inédito: Craquelê, 2018/2019. Cadernos de Insônia (58): desde 2009. ARTIGOS publicados na revista 5% Arquitetura + Arte desde 2005; Pintor, site:carranzapoetrypaintings.art.br
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      Como citar: 

      CARRANZA, Ricardo; CARRANZA, Edite Galote. Entrevista Roberto Tibau. 5% Arquitetura + Arte, São Paulo, ano 14, v.01, n.17, e107, p.1-8, jan./ jun. 2019. Disponível em:  http://revista5.arquitetonica.com/index.php/uncategorised/entrevista-roberto-tibau  

       

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